No Maranhão, a saga de Catirina e Nego Chico — que some após atender ao desejo inusitado da esposa de comer a língua do boi mais bonito da fazenda — serve de fio condutor para uma viagem vibrante pelo universo do Bumba-meu-boi. Entre drama, humor popular e musicalidade, o documentário percorre as tradições juninas, revelando a diversidade de brincadeiras, ritmos e sotaques desse patrimônio cultural. Das ruas à encenação do auto, o filme mergulha nas emoções, nos sons e nos bastidores da maior celebração popular do Maranhão. Depoimentos de brincantes, mestres, amos e representantes dos grupos enriquecem a narrativa, revelando memórias, saberes e a força coletiva que mantém viva essa tradição.
Divinas Caixeiras mergulha na história e nos rituais da Festa do Divino Espírito Santo, tradição trazida ao Maranhão por imigrantes açorianos no século XVII. O documentário revela a beleza e a força dessa celebração, onde o sagrado e o profano se encontram em uma corte simbólica conduzida por mulheres caixeiras. Entre cantos, tambores e promessas, revela-se um ciclo de fé, resistência e identidade cultural, marcado pela presença feminina e pelo diálogo entre a religiosidade católica e os cultos afro-maranhenses. A obra também destaca os depoimentos de devotos, caixeiras e organizadores, que compartilham saberes, memórias e experiências. É um registro que reforça a importância da preservação desse patrimônio para as futuras gerações.
Em uma noite de lua cheia, tambores de crioula ecoam pelos quilombos de Alcântara, dando início à jornada do mestre Calango na construção de uma parelha de tambores. Entre manguezais, troncos e fogo, o documentário revela os saberes ancestrais que moldam o Tambor de Crioula — patrimônio imaterial do Brasil. A obra percorre os sons, cantos, danças e promessas feitas a São Benedito, resgatando a força, resistência e transformação de uma tradição negra que desafia o tempo, o preconceito e a invisibilidade. Depoimentos de mestres, coreiras, cantadores e devotos revelam histórias de fé, pertencimento e luta por reconhecimento cultural.
A série documental, em seis capítulos, revela a riqueza da Festa do Divino Espírito Santo no Maranhão, com rituais, cortejos, cânticos e tambor de crioula. Depoimentos de devotos, mestres, fiéis e organizadores destacam a força da fé, da cultura e da transmissão de saberes. A obra mostra o papel social, espiritual e comunitário da festa, que mobiliza bairros inteiros e gerações. Registra os preparativos, o levantamento do mastro, as esmolas e os momentos de devoção. A série também aborda a relação entre a religiosidade popular e as influências das tradições afro-maranhenses. Uma imersão na preservação das tradições, da memória e da identidade cultural maranhense.
Aos Olhos do Criador é uma série documental que revela São Luís sob uma perspectiva inédita, inteiramente captada por imagens aéreas em drone de alta resolução. Em seis episódios, a cidade se apresenta em detalhes surpreendentes, com suas paisagens, monumentos, praias, telhados coloniais e contrastes urbanos. Sem entrevistas ou depoimentos, a narrativa é conduzida por uma descrição poética e sensível, que exalta a beleza, a história e as transformações da capital maranhense. Cada imagem convida o espectador a sobrevoar ruas, praças e cenários naturais, revelando formas, cores e ritmos muitas vezes invisíveis no olhar cotidiano. É uma experiência visual e sonora que aproxima o público da essência de São Luís. Um encontro entre passado e presente, tradição e modernidade. Uma imersão que revela a cidade como nunca antes vista.
O vídeo apresenta José Sarney refletindo sobre sua trajetória, desde a infância em Pinheiro e o despertar para a leitura, até sua juventude em São Luís, onde participou de saraus literários influenciados pelo modernismo. Destaca-se a importância do Liceu Maranhense e do mestre Mata Roma em sua formação, além de sua entrada na Academia Maranhense de Letras. Sarney comenta a origem de obras como O Dono do Mar, fruto de pesquisa sobre a vida dos pescadores, e aborda a ligação entre literatura e política em sua vida. Ressalta ainda a influência de seu pai em sua formação literária e o papel da Academia como guardiã da cultura maranhense.
O documentário narra a notável trajetória de Jomar Moraes, um intelectual maranhense cuja vida foi moldada por uma paixão inabalável pelos livros e pela cultura. Desde sua infância humilde, marcada pela figura de um pai sonhador e pela presença de livros em casa, Moraes desenvolveu um esforço sobre-humano para aprender a ler e escrever. Sua jornada o levou da polícia militar à Academia Maranhense de Letras, onde se destacou como editor, pesquisador e difusor da literatura e história do Maranhão, dedicando-se a resgatar e publicar obras importantes, como as de Joaquim de Sousa Andrade, e enfatizando a importância da escrita e da preservação cultural para o estado.
O vídeo destaca Mário Martins Meireles como uma figura crucial para os estudos históricos no Maranhão, nascido em 1915. O professor, que ocupou diversos cargos públicos e foi presidente da Academia Maranhense de Letras, baseou-se em trabalhos de Barbosa de Godois e Jerônimo de Viveiros para construir uma cronologia da história maranhense, focando em períodos como Colônia, Império e República, e figuras como Beckman. Meireles também se dedicou a entender o lugar do Maranhão na identidade nacional brasileira, promovendo a especificidade cultural do estado. Apesar de ser um autodidata e sua metodologia histórica ser vista como tradicional por gerações posteriores, suas 34 obras e o papel na fundação da Faculdade de Filosofia de São Luís solidificaram seu legado inestimável para a historiografia local.
O vídeo celebra o tricentenário de São Luís em 1912, contextualizando o momento de efervescência cultural e a fundação da Academia Maranhense de Letras em 1908. Destaca-se a figura de José Ribeiro do Amaral, primeiro presidente da Academia e um historiador que se dedicou a reunir documentos e estudar a cidade de São Luís, especialmente o século XIX. Sua obra reforça a origem francesa da cidade e contribuiu para consolidar o título de “Atenas Brasileira”, um conceito que, cem anos depois, ainda gera debates sobre a identidade de São Luís, oscilando entre as influências francesa e portuguesa.
O documentário apresenta um panorama detalhado da vida e obra de Ubiratan Teixeira, um influente escritor e artista maranhense. Ele abrange sua infância e formação educacional em São Luís, destacando a influência de professores e o despertar para a literatura. O material também aborda sua conexão com o Partido Comunista e sua incursão no jornalismo, onde iniciou como tradutor de telegramas. Além disso, explora sua paixão e contribuição para o teatro, incluindo a direção de peças e o período de estudos na Itália com Fellini. A narrativa finaliza com sua produção literária, seu estilo de vida boêmio e a forma como sua vivência na cidade de São Luís se reflete em suas crônicas e contos.
O vídeo “ERASMO DIAS” retrata a vida e o legado de José Erasmo Fontoura Esteves Dias, uma figura complexa e lendária da cena cultural e política de São Luís do Maranhão. A gravação o descreve como um forjador de utopias e um grande farsante que, apesar de não ter uma vasta obra escrita, personificou uma literatura viva através de sua própria existência. Erasmo era um orador brilhante e destemido, um crítico contundente da corrupção e um personagem emergente de uma cultura em declínio, que se consumiu entre a boemia e a solidão, transformando suas mentiras e delírios em uma lenda duradoura.
Clodoaldo Freitas (1855-1924) foi uma figura proeminente na história intelectual e política brasileira, nascido no Piauí e com uma vasta produção bibliográfica. Ele se destacou como um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras em 1908, demonstrando seu compromisso com a cultura e a literatura. Sua formação política e envolvimento com o movimento abolicionista em Pernambuco, especialmente ao lado de figuras como Tobias Barreto e Joaquim Nabuco, mostram seu engajamento com as causas sociais de sua época. Embora não tenha tido sucesso nas disputas partidárias, sua influência se manifestou através de sua escrita jornalística, crítica à República e atuação em diversos cargos públicos, sempre buscando denunciar as mazelas sociais e políticas do Brasil de sua época.
A produção aborda o significado cultural do escritor maranhense Inácio Xavier de Carvalho na transição do século XIX para o XX, destacando seu papel entre os “Novos Atenienses” e sua evolução literária. A chegada de Coelho Neto em 1899 catalisa um efervescente ambiente intelectual em São Luís, com o surgimento de publicações e grupos como a Oficina dos Novos e a dissidente Renascença Literária, da qual Inácio Xavier se torna parte. A análise aprofunda a obra de Inácio Xavier, especialmente “Frutos Selvagens” e “Missas Negras”, ressaltando sua originalidade ao fundir o simbolismo com uma crítica social e ironia que o diferencia de outros simbolistas e o projeta para a modernidade literária, apesar de sua escassa obra publicada em livro.
Raimundo Correia de Araújo, nascido em 1885, foi um poeta maranhense e cofundador da Academia Maranhense de Letras que, apesar de sua relevância na transição do Parnasianismo e Simbolismo, é hoje amplamente esquecido. Sua obra, que inclui volumes como Harpas de Fogo e o póstumo Acrópole, revela um temperamento forte e combativo, mas também um lado lírico e sensível, características expressas em seus poemas desde a juventude. Além de sua contribuição literária, Correia de Araújo foi professor e diretor de importantes instituições, atuando como uma figura significativa na cena cultural de sua época, embora a falta de divulgação e leitura o tenha relegado ao desconhecimento público.
O vídeo discute Armando Vieira da Silva, um poeta e prosador maranhense que foi cofundador da Academia Maranhense de Letras em 1908. Ele é caracterizado como um escritor jovem e promissor, embora sua obra, como o livro de poesias intitulado “Poesias”, não tenha recebido a devida reedição e reconhecimento, sendo hoje mais vista como curiosidade. Apesar de ter sido influenciado pelo Parnasianismo, sua poesia possuía fortes traços românticos, uma característica comum no Brasil. Vieira da Silva também atuou como jornalista, diretor da Imprensa Oficial e presidente da Academia Maranhense de Letras antes de falecer em 1940, e o vídeo ressalta a escassez de informações sobre sua vida e obra.
O documentário A Arte nas Mãos revela a tradição artesanal do Maranhão, destacando histórias, técnicas e saberes dos mestres artesãos. A produção acompanha desde a escolha da matéria-prima até a criação das peças, mostrando o valor cultural, social e econômico do artesanato nas comunidades. Depoimentos de artesãos e imagens dos processos e das paisagens locais enriquecem a narrativa. A obra busca valorizar, preservar e divulgar os saberes que mantêm viva a identidade cultural maranhense, inspirando novas gerações. Também aborda os desafios enfrentados pelos artesãos na atualidade, como a falta de incentivo e a necessidade de adaptação aos novos mercados. Uma produção que conecta tradição, sustentabilidade e desenvolvimento econômico.
A mostra fotográfica A Alma do Boi retrata a essência do bumba-meu-boi em São Luís do Maranhão, valorizando suas raízes afro-brasileiras e indígenas. Mais que uma exposição artística, promove um diálogo entre passado e presente, aproximando gerações e culturas. As imagens destacam a espiritualidade, a alegria e a força dos rituais populares. A mostra busca fortalecer a identidade cultural maranhense e incentivar a preservação das tradições. Também reflete sobre o papel da arte na valorização da cultura popular. Em meio à globalização, se torna um manifesto em defesa da memória cultural. É um convite à reflexão sobre pertencimento e resistência.
São José de Ribamar: Vida, Fé e Tradição é um documentário que explora a história, a fé e as tradições dessa cidade maranhense. Por meio de narração, textos e depoimentos de moradores, líderes religiosos, culturais e estudiosos, revela a riqueza cultural e espiritual da comunidade. A produção destaca marcos históricos, festas, rituais e o cotidiano dos habitantes. Mais que um registro, é uma ferramenta de valorização e preservação do patrimônio local. O filme promove o diálogo, a reflexão e o respeito às diversas tradições. Estimula o fortalecimento da identidade cultural ribamarense. E convida o público a conhecer e reconhecer a importância dessa herança viva.